sexta-feira, setembro 28, 2007

Re: Re:Eduardo Polónio na Casa da Música



Bem, relativamente ao Eduardo Polónio, nem tudo foi mau... quer dizer... a música era horrível, mas a dado momento o homem começou a explicar o seu processo criativo e a coisa melhorou... deixou de ser um concerto para ser um workshop...

Vejamos um exemplo. O Polónio quis fazer uma homenagem ao Alan Turing (o matemático que arquitectou o computador moderno) e para tar decidiu pegar no número U, uma constante constituída por 1600 algarismos criada por esse matemático cujo objectivo me escapou, e efectuar as seguintes transformações:

1. A cada algarismo foi atribuída uma nota
2. Depois de convertido em binário, sempre que ocorriam dois 1s seguidos a nota subia uma oitava, e sempre que havia dois 0s seguidos, descia-se a escala.

Depois construiu a pauta dessa coisa toda... eventualmente à mão, porque isto passou-se em 1980s, e depois pôs aquilo a tocar.

Bom, o resultado era ensurdecedor, mas a ideia é no mínimo original (para aquela época). Acho que a especialidade do homem era fazer música para instalações. Fazer disso um concerto parece-me abusar da sorte!



Alan Turing!