Musgueira - The Movie

NA UNIVERSIDADE

A câmara desloca-se serpenteando junto ao chão argiloso. Avista-se uma sequência de sapatilhas brancas, sob calças de ganga de diversas tonalidades, alinhadas lado a lado. Num plano algo desviado, mas ainda junto ao chão, figura um par de sapatos de fivela com meias amarelas. A câmara regressa às sapatilhas até que pára junto de dois pares de botas pretas. A câmara sobe e afasta-se em grande plano revelando um grupo de miúdos a olhar para o chão com as mãos sobre o escroto e, entre eles, dois cabeludos a fumar com ar emproado e descontraído.

Neste momento começa a música. Qualquer coisa acelerada e barulhenta como a música do Pulp Fiction.

Repara-se que o sujeito das meias amarelas fica roxo de raiva e começa desalmadamente aos gritos (que não se ouvem por causa da música).
Um dos jovens levanta um pouco a cabeça, olha para o lado e pela primeira vez visualiza com grande curiosidade alguns daqueles que seriam seus companheiros nos próximos anos...

Neste momento começa o genérico do filme.

(Nota mental: seria interessante cada personagem ter associada uma música, a jeito de telenovela.)


CASA DO MARCO

O quarto está completamente escuro. A única coisa que se vislumbra na escuridão é a luz vermelha do relógio despertador. A câmara aproxima-se da luz e consegue-se discernir a passagem das 04h59 para as 05h00, momento em que o despertador começa a tocar.
Marco acorda, acende a luz, e consegue-se observar o quarto, repleto de livros e cadernos fruto de longas horas de estudo. Desliga o despertador e põe-se a pé. Veste T-Shirt verde terra e cuecas brancas a cair pelo cu abaixo. Dirige-se para a janela e abre-a. Está uma bela tarde de verão, céu azul decorado com nuvens redondas.
Dirige-se para a cozinha e câmara segue-o dando particular ênfase às cuecas a cair pelo cu abaixo.
Marco abre a torneira do lavatório pega numa malga com a sua mão esquerda e passa-a por água enquanto coça o cu com a direita.
Abre as portas do armário e retira uma caixa de Corn Flakes enchendo a malga. Pousa a malga sob a mesa da cozinha e dirige-se ao frigorífico. Retira uma garrafa de Croft e enche a malga de cereais. Pega numa colher, senta-se à mesa e acende um cigarro.



CASA DO MARCO
(30 segundos depois)

- Campainha: Trrrrrr Trrrrrrrrrr

Marco levanta-se do banco e desloca-se até à porta, levanta o auscultador…

- Marco: Quem é?!
- Voz: Sou eu!
- Marco: Eu quem?
- Voz: Sou eu, caralho!
- Marco: Ok, entra!

Marco volta para a cozinha e senta-se novamente, começando a ingerir os cereais.
A campainha da porta começa tocar…

- Campainha: ting tong… ting tong…

Marco levanta-se e dirige-se, arrastando os pés, com as cuecas a cair pelo cú abaixo, para a porta.

- Marco: Quem é?!
- Voz: Sou eu!
- Marco: Eu quem?
- Voz: Sou eu, caralho!

Marco abre a porta.

- Marco: Ah… és tu Bruno! Entra!

Bruno apresenta-se de cabelo molhado, bem penteado e emana um misto de Hugo Boss e Marlboro.

- Bruno: Ainda estás assim?! Veste-te, vamos almoçar.

(Passamos para a cena seguinte, ninguém quer ver o Marco a vestir-se…)


RUA DO MARCO

(quem quiser contribuir para o que acontece a seguir, faça favor…)